Para Sempre Natal

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Para Sempre Natal
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P A R A S E M P R E N A T A L

(A POUSADA EM SUNSET HARBOR – LIVRO 8)

S O P H I E L O V E

Sophie Love

Fã de longa data de romances, Sophie Love está muito feliz em publicar sua primeira série de livros: AGORA E PARA SEMPRE (A POUSADA EM SUNSET HARBOR – LIVRO 1). Sophie adoraria ouvir seus comentários, então, visite www.sophieloveauthor.com se quiser enviar-lhe um e-mail, receber eBooks de graça, saber das novidades e manter contato!

Copyright © 2017 por Sophie Love. Todos os direitos reservados. Exceto como permitido pelo Ato de Direitos Autorais dos EUA, publicado em 1976, nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida, distribuída ou transmitida em qualquer formato ou por qualquer meio, ou armazenada num banco de dados ou sistema de recuperação, sem permissão prévia da autora. Este eBook está licenciado apenas para uso pessoal. Este eBook não pode ser revendido ou doado a outras pessoas. Se você quiser compartilhar este eBook com outra pessoa, por favor, compre uma cópia adicional para cada indivíduo. Se você está lendo este livro sem tê-lo comprado, ou se não foi adquirido apenas para seu uso, por favor, devolva-o e compre seu próprio exemplar. Obrigado por respeitar o trabalho da autora. Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, empresas, organizações, lugares, eventos e incidentes são produto da imaginação da autora ou usados de forma fictícia. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, é mera coincidência. Foto da capa: Phase4Studios, todos os direitos reservados. Usada sob licença da Shutterstock.com.

LIVROS POR SOPHIE LOVE

A POUSADA EM SUNSET HARBOR

AGORA E PARA SEMPRE (Livro #1)

PARA TODO O SEMPRE (Livro #2)

PARA SEMPRE, COM VOCÊ (Livro #3)

QUEM DERA, PARA SEMPRE (Livro #4)

PARA SEMPRE E UM DIA (Livro #5)

PARA SEMPRE, MAIS UM (Livro #6)

PARA VOCÊ, PARA SEMPRE (Livro #7)

PARA SEMPRE NATAL (Livro #8)

CRÔNICAS ROMÂNTICAS

AMOR COMO ESTE (Livro #1)

AMOR COMO AQUELE (Livro #2)

AMOR COMO O NOSSO (Livro #3)

ÍNDICE

CAPÍTULO UM

CAPÍTULO DOIS

CAPÍTULO TRÊS

CAPÍTULO QUATRO

CAPÍTULO CINCO

CAPÍTULO SEIS

CAPÍTULO SETE

CAPÍTULO OITO

CAPÍTULO NOVE

CAPÍTULO DEZ

CAPÍTULO ONZE

CAPÍTULO DOZE

CAPÍTULO TREZE

CAPÍTULO CATORZE

CAPÍTULO QUINZE

CAPÍTULO DEZESSEIS

CAPÍTULO DEZESSETE

CAPÍTULO DEZOITO

CAPÍTULO DEZENOVE

CAPÍTULO VINTE

CAPÍTULO VINTE E UM

CAPÍTULO VINTE E DOIS

CAPÍTULO UM

A Dra. Arkwright sorriu para Emily enquanto retirava a fita métrica ao redor de sua barriga. “Posso confirmar que sua data do parto será 13 de dezembro,” ela disse. “Você está com 37 semanas, e oficialmente a termo.”

Emily olhou para Daniel e sorriu. Era muito empolgante saber que, em apenas três semanas, a bebê Charlotte se juntaria a eles.

Todos se recostaram em seus assentos e a Dra. Arkwright continuou.

“Chega de viagens de avião,” disse ela a Emily. “Então, se você estava planejando uma babymoon, receio que não possa fazer isso no exterior.”

“Babymoon?” riu Emily. “Eu nunca ouvi falar nisso antes.”

A médica riu de volta. “É a última moda. Pais e mães planejando babymoons luxuosas por saberem que é sua última chance.”

Emily achou a ideia divertida. Com tudo o que estava acontecendo na pousada, era muito improvável que eles fossem capazes de encontrar tempo (para não mencionar o dinheiro) caso quisessem sair de férias!

A doutora bateu palmas. “Terminamos.”

“Ótimo,” disse Emily, pulando da cadeira. “Ah, eu quase me esqueci. Tenho algo para você.” Ela tirou de sua bolsa o último álbum de Roman. Ele ficou feliz em autografá-lo para a médica, embora também tivesse achado muito engraçado.

A Dra. Arkwright viu o que Emily estava segurando e corou. Ela pegou-o apressadamente. “Muito obrigada,” sussurrou.

Emily e Daniel deixaram o consultório e dirigiram-se ao estacionamento. O tempo estava notavelmente quente para uma segunda-feira após o Dia de Ação de Graças.

“Quais são as chances de não nevar este ano?” perguntou Emily a Daniel assim que chegou à caminhonete.

“Sinceramente, não consigo imaginar um Natal sem neve”, disse ele. “Tenho certeza de que o tempo irá mudar em breve.”

Ambos entraram no carro.

“Tem sido útil,” acrescentou Emily. “Pense no quanto de trabalho adiantamos na ilha graças ao tempo!”

Daniel girou a chave na ignição e a velha caminhonete ganhou vida. “Eu sei,” disse ele, enquanto saia do estacionamento. “Estamos adiantados. E, considerando que precisamos terminar tudo até abril, isso é muito bom.”

Emily pensou em como a ilha já havia sido reservada, com meses de antecedência, antes mesmo que as cabanas tivessem telhado!

“Como Stu, Clyde e Evan estão se saindo?” perguntou ela.

“Absolutamente bem,” respondeu ele. “Eu não sabia que eles dariam conta. Sempre achei que fossem preguiçosos.”

Emily riu, mas manteve seus próprios pensamentos sobre os amigos de Daniel para si mesma. Ela se afeiçoou a eles durante as semanas em que estavam trabalhando por casa e comida, mas a impressão inicial seria difícil de esquecer!

“Bem, eu estou feliz que eles estejam trabalhando duro,” disse ela a Daniel. “Precisamos desesperadamente da renda da ilha se as coisas continuarem como estão.”

Daniel olhou para ela no banco do passageiro. “Está tão ruim assim?”

Emily fez uma careta. “Sim. Infelizmente. Não tivemos nenhuma reserva para o inverno. Na verdade, não teremos ninguém até março. Nada no chalé, na casa de Trevor ou na pousada principal. Eu tive que cortar os turnos de todos também. Somente Lois e Parker estão fazendo alguns turnos selecionados. Vanessa e Marnie concordaram em folgar durante todo o inverno, mas Matthew não ficou animado com os cortes. Ele está tentando economizar para comprar um carro novo. Eu me sinto péssima. Felizmente o restaurante ainda está recebendo muitas reservas, então Harry está dando a ele algum trabalho por lá. O spa ainda é popular, e os dois devem nos ajudar a passar essa fase. Mas serão meses complicados.”

O momento era tanto uma bênção, quanto uma maldição. Um bênção porque daria a Emily o tempo para passar com o bebê, mas uma maldição porque os bebês custavam caro e a última coisa que ela queria era se preocupar com dinheiro!

“Não serão,” disse Daniel, com determinação. “Colocarei a minha carpintaria em funcionamento antes do ano novo, se for preciso. Você e a bebê Charlotte terão tudo o que precisarem. Eu prometo.”

Emily sorriu e esfregou sua barriga redonda. Daniel estava focado em proporcionar a elas a melhor vida possível. Isso a deixava muito feliz. Ela tinha muita sorte em tê-lo em sua vida. Só esperava que ele não se esgotasse de tanto trabalhar. Com Daniel, era sempre uma questão de equilíbrio, e ele frequentemente pendia para o lado errado!

“Talvez devêssemos tentar fazer com que Amy realizasse seu casamento na pousada, como ela estava planejando com Fraser?” sugeriu Emily.

Daniel deu uma risada, como se nunca tivesse ouvido algo tão ridículo. “Eu duvido que ela queira, depois da última vez. Isso não traria algumas lembranças desagradáveis? E por que Harry iria querer se casar no seu local de trabalho?” Ele balançou a cabeça, brincalhão. “Mas é uma pena. Talvez você possa convencer outra de suas amigas ricas a se casar este ano. E quanto a Jane?”

“Absolutamente, não!” respondeu Emily. “Jane não é do tipo para casar.”

Mas sua sugestão fez com que ela pensasse. Quando se estabeleceram em um silêncio confortável, Emily tentou imaginar maneiras mais criativas de lucrar com a pousada durante o inverno. Eles focaram tanto na ilha, no spa, no restaurante e no bar que negligenciaram a divulgação da pousada e tudo o que ela tinha a oferecer de maneira apropriada. Os casamentos de inverno podem ser uma boa ideia, especialmente com o salão de festas para cerimônias e todos os quartos sobressalentes para os convidados! Ela teria que marcar uma reunião com Bryony, sua especialista em marketing e internet.

 

Daniel saiu da rua principal e seguiu pela estrada menor em direção à escola de Chantelle. Sua consulta com a médica se prolongara e não havia tempo para ir para casa antes de pegá-la.

“Você tem ouvido falar em Raven Kingsley?” perguntou ele enquanto dirigia. “Quando é a próxima reunião municipal para decidir se sua pousada pode ser construída?”

“Eu ainda não sei,” disse Emily. “Estou aguardando. Eles postarão um boletim quando o conselho de zoneamento municipal se reunir. Tenho certeza de que vai demorar um pouco.”

“Você não está preocupada?” perguntou Daniel.

“É claro. Concorrência, especialmente de alguém como Raven, é sempre algo assustador. Tudo tem sido fácil até agora. O mercado era nosso.”

“Tudo tem sido fácil?” brincou Daniel, referindo-se aos anos e meses de trabalho que eles tiveram para fazer da pousada um sucesso.

“Você sabe o que quero dizer,” disse Emily. “Nós nunca tivemos que nos preocupar com falência antes.”

“E precisamos agora?” perguntou Daniel, sua expressão jocosa de antes desaparecendo completamente.

Emily mordeu o lábio. “Talvez um pouco,” disse a ele. “Se as coisas não melhorarem logo. Mas não se preocupe, vou pensar em algo. Um baile de Natal. Com Roman cantando. Por cem dólares o ingresso!”

Ela só estava brincando. Usar o status de celebridade de Roman para seu próprio benefício era algo que ela jamais faria. Mas um baile de Natal para a cidade pode ser uma boa ideia.

Daniel ainda parecia preocupado.

“Hum,” Emily disse a ele, com firmeza. “Deixe comigo. Não se preocupe. Nada, nem mesmo a nova pousada de Raven Kingsley, vai nos prejudicar. Eu prometo. Estamos muito determinados para falhar agora.”

Ela falou com confiança, mas no fundo também tinha dúvidas. E se este fosse o inverno ao qual não pudessem resistir? E se sua vida perfeita estivesse prestes a desmoronar?

*

Daniel entrou na área da escola. As aulas daquele dia já haviam sido encerradas e todas as crianças brincavam no grande playground, supervisionadas por seus professores. Emily avistou Chantelle, brincando com Bailey e Laverne. Era um grande alívio ver as meninas voltarem a ser amigas.

Ela saiu da caminhonete e acenou para a professora de Chantelle nos degraus do lado de fora da escola. Ela também acenou para Tilly, a recepcionista da escola com a qual Emily recentemente fez amizade. Tilly estava tomando seu café da tarde nos degraus com o resto do corpo docente. Ela acenou calorosamente para Emily.

Chantelle deve ter notado seus pais, porque ela veio atropelando todo mundo.

“Adivinha só!” exclamou ela. “Estamos fazendo um Conto de Natal inspirado no Dr. Seuss para a nossa apresentação deste ano!”

“O que seria isso?” perguntou Emily.

“É um Conto de Natal de Charles Dickens, mas todo em rimas, como em Dr. Seuss,” disse Chantelle. “E eu serei O Fantasma do Natal Passado!”

Emily sabia que esse era um dos papeis principais da peça. Depois de Ebenezer Scrooge, o fantasma certamente teria a maioria das falas.

“Muito bem, querida!” disse ela, abraçando Chantelle com força.

Depois de soltá-la, Daniel levantou-a no ar.

“Que papel legal!” exclamou ele. “Estou muito orgulhoso de você!”

Ele a colocou no chão, e Chantelle pegou algo de sua bolsa.

“Estas são as minhas falas,” disse ela, segurando um livrinho grosso com uma ilustração reconhecível ao estilo Seuss na capa. “A peça será na sexta-feira, 18 de dezembro.”

Emily olhou para Daniel, com as sobrancelhas levantadas. A bebê Charlotte já terá nascido! De repente, tudo parecia incrivelmente real. E muito, muito emocionante.

“Não é muito tempo para aprender todas as suas falas?” perguntou Daniel a Chantelle. “Três semanas?”

“Eu sei,” ela disse, parecendo de repente muito séria. “Mas eu consigo.”

“Claro que você consegue,” disse Emily.

Todos entraram na caminhonete e Daniel ligou a ignição. O motor ganhou vida com um ruído estridente.

“Quando eu chegar em casa, posso começar a decorar a pousada para o Natal?” perguntou Chantelle do banco de trás.

Emily riu e olhou por cima do ombro para ela. “Ainda nem saímos do clima de Ação de Graças.”

“Eu sei,” respondeu Chantelle. “Mas eu adoro o Natal. Mal posso esperar para trocar minhas bandeirinhas de folhas de outono pelas de floco de neve.”

Daniel começou a rir. Olhou para Chantelle pelo espelho retrovisor.

“Você pode decorar a pousada como quiser,” disse ele.

Emily sorriu por dentro. Ela amava a criatividade de Chantelle e adorava o modo como sua casa era transformada pelas mãos da criança para todas as festas, todas as estações. Ela não trocaria por nada no mundo – nem as aranhas de plástico do Halloween que ela encontrava atrás dos móveis, nem as bandeirolas americanas entre as tábuas do piso, depois do dia 4 de Julho. Sua vida era perfeita. Dedos cruzados, continuaria assim.

*

Alguns minutos depois, chegaram em casa e Daniel estacionou do lado de fora da pousada. O vasto caminho estava completamente vazio agora. Sem carros de hóspedes preenchendo o espaço exterior, o percurso parecia subitamente longo.

Subiram os degraus da varanda e entraram pela grande porta da pousada. Quando entraram, Emily descobriu, para sua surpresa, que as decorações do outono já haviam desaparecido. Ela só tinha saído de casa por algumas horas, mas alguém havia transformado a pousada de volta em uma tela em branco. Quem poderia ter feito isso?

Ela pensou em Lois e Marnie usando parte do seu tempo extra durante seu longo turno para arrumar, ou talvez Vanessa tivesse feito isso durante a limpeza. Mas então ouviu vozes vindo da sala de estar e instantaneamente percebeu quem instigara a arrumação.

Emily entrou na sala de estar e lá estava a culpada: Amy. Amy era tão organizada que não surpreenderia que ela tivesse imediatamente retirado toda a decoração de Ação de Graças.

E não estava sozinha. Sentada no sofá ao seu lado, junto à lareira acesa, com a cabeça de Mogsy descansando no colo, bebendo o que parecia ser chocolate com marshmallows, estava Patricia. A mãe de Emily não só tinha gostado de marshmallows desde a sua primeira experiência com smores, como tinha aprendido a apreciar o amor de um cão fedorento largando pelos. E, o mais importante, ela ficou durante todo o fim de semana de Ação de Graças. Era um milagre, na opinião de Emily, que ela e a mãe tivessem passado três dias inteiros juntas sem se matarem. As coisas realmente pareciam estar mudando para melhor. De fato, Emily estava um pouco melancólica por sua mãe ter de ir embora hoje.

“Amy!” exclamou Chantelle quando viu a amiga de Emily sentada no sofá. “Podemos decorar a pousada para o Natal. Você conseguiu as coisas?”

Emily franziu a testa e olhou para Daniel, perplexa. Pela sua expressão, ela poderia dizer que ele estava tão animado quanto ela.

“Claro que sim,” respondeu Amy com um sorriso.

Ela pegou uma sacola grande ao lado do sofá, onde estava fora de vista. Emily podia ver tecidos prateados brilhantes, flocos de neve reluzentes e pingentes de plástico cobrindo o topo da bolsa estofada.

“O que é tudo isso?” exclamou ela. “Vocês estiveram aprontando! Vocês duas!”

Ela fez cócegas na barriga de Chantelle e a menininha gritou. Então ela escapou dos dedos de Emily e correu para Amy, pegando a bolsa e olhando para o que tinha dentro.

“Isso é tão legal,” disse ela a Amy. “Podemos começar agora?”

Amy olhou para Emily como se esperasse aprovação.

“Não olhe para mim,” riu Emily, mantendo as mãos em posição de trégua. “Vocês duas claramente já planejaram tudo!”

As duas foram para o corredor e começaram a prender pisca-piscas pelo teto e espalhar neve falsa nos vidros da janela. Emily as observava da porta, com um ombro apoiado contra ela. Sentiu uma forte onda de alegria natalina.

“Minhas costas estão me matando,” disse Daniel, aparecendo atrás dela. “Vou tomar um bom banho quente.”

“Boa ideia,” disse ela. “Descanse.”

Daniel estava trabalhando muito, tentando sustentar a família. Ela não queria que ele sofresse uma lesão como o seu patrão Jack sofreu recentemente. Isso seria um desastre. Ele precisava se cuidar.

Ele beijou-a no rosto e subiu as escadas, passando por Amy e Chantelle no caminho.

“Vamos lá, mamãe!” exclamou Chantelle. “Você tem que ajudar também!”

Emily começou a se sentir muito cansada nesta fase final de sua gravidez. Mas ela não queria desapontar Chantelle. Olhou para Patricia, que folheava uma revista de design enquanto tomava seu chocolate quente.

“Mãe? Quer ajudar também?”

Patricia pareceu surpresa. “Ah. Bem. Acho que sim.”

Emily sorriu, muito satisfeita por sua mãe se juntar a elas. Voltou-se para Chantelle.

“Estamos indo!”

Ela e Patricia dirigiram-se para o saguão e vasculharam a bolsa de artigos de Amy. Emily tirou alguns enfeites cintilantes e começou a enrolá-los em torno do corrimão da escada, enquanto Patricia selecionava algum material brilhante para envolver artisticamente as molduras dos porta-retratos. Foi um momento maravilhoso para Emily, repleto de paz e felicidade.

“Quando você irá se casar, Amy?” perguntou Chantelle enquanto afixava flocos de neve nas paredes com adesivo pegajoso.

“Eu ainda não defini a data,” respondeu Amy, sorrindo por dentro. “Não consigo decidir em que estação eu quero que meu casamento aconteça. Ou mesmo em que país.”

Os olhos de Chantelle se arregalaram, como se a ideia de um casamento no exterior nunca tivesse passado pela sua cabeça. “Você poderia se casar na Lapônia! Com renas e neve branca!”

Amy riu. “Eu estava pensando mais nas Bahamas. Tartarugas... e praia branca.”

“Parece legal também,” admitiu Chantelle.

“Se você precisar de alguma ajuda para planejá-lo,” disse Emily. “Eu ficaria muito feliz em ajudar. Você me ajudou tanto com meu casamento, que eu adoraria retribuir o favor.”

Amy parecia tocada. “Sério, Em? Isso seria perfeito. Mas, sinceramente, é você que tem uma tonelada de coisas para organizar antes de eu estar pronta para me casar. Você vai dar à luz, para começar! E que tal uma babymoon? O tempo está se esgotando.”

Emily riu e sacudiu a cabeça. “Você também, não! Uma babymoon? Minha médica nos perguntou se iríamos ter uma. Isso é alguma novidade?”

“O que é uma babymoon?” interrompeu Chantelle.

Amy parecia chocada. “Não acredito que nenhuma de vocês tenha ouvido falar. Uma babymoon é a última chance dos pais terem férias antes que as necessidades de um recém-nascido ocupem todo o seu tempo.”

“Eu nunca ouvi falar de algo tão exagerado,” disse Patricia, com desprezo.

Ignorando a mãe, Emily notou que Chantelle parecia um pouco preocupada com a perspectiva dela e Daniel passarem um fim de semana fora. Ela sempre se desestabilizava quando a deixavam porque seu terrível começo na vida a ensinara que, quando as pessoas saíam, não necessariamente elas voltavam para casa. Foi um trabalho difícil tentar desfazer a destruição que os cuidados maternais de Sheila causaram.

“Não se preocupe, querida,” disse Emily a ela. “Eu não posso mais viajar de avião, então não faria muito sentido.”

“Emily!” exclamou Amy, soando incrédula. “O ponto é que você e Daniel têm uma última chance para uma viagem romântica juntos. Suas vidas estão prestes a mudar para sempre. Você não quer uma despedida? Não precisa ir para longe. Vocês poderiam dirigir até o Quebec. É lindo lá nesta época do ano.”

Pela primeira vez, Emily realmente começou a considerar se uma babymoon seria divertida. Apenas ela e Daniel, todo o estresse de administrar seus negócios e toda a ansiedade sobre o parto, deixados para trás.

“Você não acha que está um pouco em cima da hora?” disse Emily. “Minha data do parto é daqui a três semanas.”

“E apenas vinte por cento dos bebês nascem na data prevista,” respondeu Amy.

“Você estava atrasada, a propósito, Emily,” disse Patricia. “Foi assim com Charlotte também. E comigo também. Se você for como eu, ela se atrasará. Eu estava com 42 semanas mais sete dias com vocês duas.”

“Tá brincando!” exclamou Emily. Ela nunca fora informada sobre isso. “Isso parece extremamente desconfortável.”

“Nem um pouco,” respondeu Patricia. “Seu corpo sabe o que quer. Você precisa confiar nele.”

 

“Eu não sabia que podia demorar tanto,” disse Emily.

Patricia assentiu. “Na minha época, você evitaria ser induzida se pudesse, e confiaria que a natureza seguiria seu curso. É mais comum do que as pessoas pensam. Alguns bebês levam mais tempo para ‘cozinhar’.”

Amy e Chantelle riram, mas Emily se sentiu enjoada com o pensamento. Gravidez era difícil! Ela não queria que durasse mais do que o necessário! Mas talvez sua mãe estivesse certa. As gerações mais velhas eram muito menos mimadas e exigentes. Eles não tinham babymoons nem nada parecido. Às vezes, a maneira prática e descomplicada de fazer as coisas era melhor.

Elas terminaram de decorar o saguão e em seguida foram para a sala de jantar, onde colocaram flocos de neve brilhantes em todas as mesas e substituíram os centros de mesa de outono pelos de inverno. Ficou lindo e Emily se sentiu ainda mais animada para o Natal.

Mas a animação não era o suficiente para impedi-la de bocejar. O trabalho de decoração foi bastante cansativo e ultimamente ela não tinha mais tanta energia.

“Eu preciso parar um pouco,” confessou. “Se eu continuar no salão de baile, posso cair no sono!”

Ela notou então que Amy e Chantelle estavam trocando olhares maliciosos entre si.

“O que está acontecendo?” perguntou ela, colocando as mãos nos quadris.

“Nada,” disse Amy em um tom que sugeria o oposto.

“Podemos mostrar a ela?” perguntou Chantelle a Amy.

“Você decide. Você é quem queria que fosse uma surpresa.

“Mostrar-me o quê?” exclamou Emily.

Mas Chantelle e Amy estavam conversando entre si. Ela ficou impaciente.

“Pessoal, eu quero saber qual é a surpresa!” exclamou ela.

“Está bem,” disse Chantelle. “Venha comigo.”

Ela pegou-a pela mão e levou-a pelo corredor de teto baixo que se abria para o salão de baile. Mas em vez de seguir em frente, virou à direita, ao longo da passagem ainda menor que serpenteava até as dependências e a garagem. Elas pararam em uma das portas.

Emily franziu a testa, curiosa.

“Não tínhamos certeza de onde poderíamos fazer isso,” disse Chantelle. “Porque nós não queríamos ocupar um dos quartos da pousada. Então Amy sugeriu uma das dependências. E... ” Ela fez uma pausa dramática e abriu a porta.

Emily piscou, depois suspirou. A pequena sala estava completamente transformada. As paredes de tijolos expostos haviam sido rebocadas e pintadas de amarelo. Em vez do piso de cimento, havia um de vinil e, sobre ele, um tapete macio. A sala estava repleta de luzes – luminárias, pisca-piscas e luzes musicais giratórias que projetavam estrelas nas paredes.

“O que é isso?” perguntou Emily, atordoada.

“É a sala de jogos!” exclamou Chantelle.

Amy falou, então. “Achamos que seria legal se as meninas tivessem um local para brincar longe do resto da pousada. Um lugar onde elas pudessem fazer tanto barulho quanto quiserem sem perturbar nenhum dos hóspedes. E onde possam guardar seus brinquedos para que eles não fiquem espalhados por aí.”

Emily ficou muito impressionada. O quarto era lindo. Apenas precisava ser preenchido com brinquedos agora!

“Eu adorei, muito obrigada, pessoal,” disse ela, abraçando Amy e Chantelle, uma por vez.

Elas voltaram para a sala de estar para que Emily pudesse descansar antes que o resto da decoração começasse. Então, quando se sentiu rejuvenescida, elas assumiram a gigantesca tarefa de decorar o salão de baile.

“Sabem, está faltando alguma coisa,” disse Emily, assim que pendurou os últimos pisca-piscas.

“O que é?” perguntou Chantelle.

“Uma árvore de Natal!” exclamou Emily.

Os olhos de Chantelle se arregalaram de animação. “Claro. Mas precisamos de mais de uma, não é? Precisamos de uma para o salão de baile e outra para o saguão. E uma para a casa do Trevor. E para o spa. E o restaurante.”

“Parece que precisam de uma floresta inteira,” brincou Amy.

“Que tal irmos todas nós amanhã?” sugeriu Emily. “Yvonne estava me contando sobre uma incrível fazenda de árvores de Natal fora da cidade. Não é a que nós fomos no ano passado, esta parece ser realmente enorme. Nós poderíamos aproveitar o dia para isso”.

“Vovó Patty pode vir também?” perguntou Chantelle.

Emily balançou a cabeça. “Ela vai embora hoje”.

A expressão de Chantelle desanimou. Emily odiava vê-la triste.

“Por que você não pergunta a ela?” sugeriu Emily.

Patricia vinha surpreendendo-a recentemente. Talvez ela ficasse por perto se elas deixassem claro que a queriam também.

Chantelle saiu do salão de baile e caminhou pelo corredor, até onde Patricia estava relaxando na sala de estar.

“Vovó Patty!” exclamou Chantelle, sua voz alta o suficiente para percorrer todo o caminho até onde Emily cambaleava pela casa, tentando alcançá-la. “Você pode vir comprar árvores de Natal conosco amanhã?”

“Eu tenho um voo reservado para me levar para casa,” disse Patricia. “Está saindo esta noite.”

“Por favor,” disse Chantelle. Ela subiu no sofá ao lado de Patricia e abraçou-a em volta do pescoço. “Eu realmente quero que você fique.”

Patrícia parecia surpresa pelo afeto. Ela deu um tapinha no braço de Chantelle e olhou para Emily em pé na porta. Emily sorriu, tocada pela doce cena, por quanto amor Chantelle tinha para dar, mesmo para aqueles que se comportaram de maneiras que deveriam impedi-la. Sua capacidade de perdão e bondade sempre inspirava Emily.

“Bem, eu não quero atrapalhar,” disse Patricia, falando com Chantelle, mas direcionando suas palavras para Emily.

“Você não está atrapalhando,” disse Emily. “Nós adoramos ter você aqui. E a pousada nem está ocupada no momento. É a ocasião perfeita para ficar. Se você quiser.”

“Por favor!” implorou Chantelle.

Finalmente, Patricia sorriu. “Certo. Eu vou ficar e te ajudar a escolher uma árvore.”

Emily notou que Patricia ficou comovida por ser convidada, por ser bem-vinda depois de todo seu mau comportamento e das terríveis brigas que elas tiveram. Emily sentiu uma enorme sensação de gratidão, percebendo que a vida sempre mudaria para melhor. Parecia que nunca se era velho demais para sentir a alegria do Natal pela primeira vez!