A Última Missão Da Sétima Cavalaria

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A Última Missão Da Sétima Cavalaria
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A Última Missão

da

Sétima Cavalaria

por

Charley Brindley

charleybrindley@yahoo.com

www.charleybrindley.com

Editado por

Karen Boston

Website https://bit.ly/2rJDq3f

Arte da capa e contracapa por

Niki Vukadinova

n.vukadinova@gmail.com

Traduzido

por

Leticia Santos

© 2019 Charley Brindley, todos os direitos reservados

Impresso nos Estados Unidos da América

Primeira Edição Janeiro 2019

Este livro é dedicado a

Charley Brindley II

Alguns dos livros de Charley Brindley

foram traduzidos para:

Italiano

Espanhol

Português

Francês

e

Russo

Outros livros de Charley Brindley

1. Oxana’s Pit

2. Raji Book One: Octavia Pompeii

3. Raji Book Two: The Academy

4. Raji Book Three: Dire Kawa

5. Raji Book Four: The House of the West Wind

6. Hannibal’s Elephant Girl Book One: Tin Tin Ban Sunia

7. Hannibal’s Elephant Girl: Book Two: Voyage to Iberia

8. Cian

9. Ariion XXIII

10. The Last Seat on the Hindenburg

11. Dragonfly vs Monarch: Book One

12. Dragonfly vs Monarch: Book Two

13. O Mar De Tranquilidade 2.0 Livro Um: Exploração

14. The Sea of Tranquility 2.0 Book Two: Invasion

15. The Sea of Tranquility 2.0 Book Three: The Sand

Vipers

16. The Sea of Tranquility 2.0 Book Four: The Republic

17. The Rod of God, Book 1: On the Edge of Disaster

18. The Rod of God, Book 2: Sea of Sorrows

19. Do Not Resuscitate

20. Henry IX

21. Qubit’s Incubator

22. Casper’s Game

Em Breve

22. Dragonfly vs Monarch: Book Three

23.The Journey to Valdacia

24. Still Waters Run Deep

25. Ms Machiavelli

26. Ariion XXIX

27. The Last Mission of the Seventh Cavalry Book 2

28. Hannibal’s Elephant Girl, Book Three

Confira no fim deste livro detalhes sobre os demais livros

Índice

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Capítulo Onze

Capítulo Doze

Capítulo Treze

Capítulo Quatorze

Capítulo Quinze

Capítulo Dezesseis

Capítulo Dezessete

Capítulo Dezoito

Capítulo Dezenove

Capítulo Vinte

Capítulo Vinte e Um

Capítulo Vinte e Dois

Capítulo Vinte e Três

Capítulo Vinte e Quatro

Capítulo Vinte e Cinco

Capítulo Vinte e Seis

Capítulo Vinte e Sete

Capítulo Vinte e Oito

Capítulo Vinte e Nove

Capítulo Trinta

Capítulo Trinta e Um

Capítulo Trinta e Dois

Capítulo Trinta e Três

Capítulo Trinta e Quatro

Capítulo Trinta e Cinco

Capítulo Trinta e Seis

Capítulo Trinta e Sete

Capítulo Trinta e Oito

Capítulo Um


O sargento-mestre James Alexander permaneceu na parte traseira do C-130, balançando com o movimento da aeronave. Ele observou seus doze soldados e se perguntou quantos sobreviveriam a esta missão.

Três quartos? Metade?

Ele sabia que eles estavam indo para uma briga com o Talibã.

Deus nos ajude. Aquele drone rachado vale a vida de metade dos meus? Ou mesmo de um?

Ele olhou para o Capitão Sanders, parado ao lado dele, também observando os soldados como se tivesse a mesma preocupação.

Uma luz vermelha piscou na antepara da frente. O mestre de carga viu e levantou sua mão direita, com os dedos afastados. O Capitão Sanders acenou com a cabeça para o mestre de carga.

“Beleza, Sétima Cavalaria! Cinco minutos até a zona de pouso”, disse aos soldados. “Montem, travem e carreguem.”

“Hooyah!” gritaram os soldados enquanto se levantavam e prendiam suas cordas estáticas ao cabo aéreo.

"Vamos descer e rolar, pessoal!", gritou o Sargento Alexander. "Verifiquem os cintos, mochilas, e paraquedas de seus companheiros.” Ele caminhou entre as duas fileiras de soldados. “Não se esqueçam de rolar quando chegarem ao chão. Quebre uma perna, e te deixaremos para trás esperando pelos helicópteros.” O sargento puxou os cintos do peitoral do soldado McAlister, testando as fivelas. "Ninguém me ouviu?", o sargento gritou.

"Sim senhor!", gritaram os soldados em uníssono. "Role quando bater no chão, e se quebrar um osso, estará indo para casa.”

O Primeiro Pelotão da Delta Company era uma unidade recém-formada que normalmente seria liderada por um primeiro tenente. O Capitão Sanders assumiu o comando quando o Tenente Redgrave foi dispensado por acusações de insubordinação e comportamento audacioso, ou, mais precisamente, ficar bêbado e ser desordeiro em serviço.

Outro motivo pelo qual o Capitão Sanders decidiu assumir o comando de Delta: quatro dos soldados eram mulheres. Uma diretiva recente vinda dos níveis mais altos do Pentágono permitiu que mulheres soldados servissem na linha de frente.

Todas as mulheres da companhia se voluntariaram para lutar ao lado dos homens. Sanders escolheu quatro mulheres com ótima condição física e resultados que se destacaram em todas as fases do treinamento de combate. Essas mulheres seriam as primeiras na Sétima Cavalaria a encarar o inimigo no campo de batalha, e o capitão queria saber em primeira mão de suas performances caso ele tivesse que escrever uma carta para uma família em luto.

A hidráulica guinchou conforme a porta traseira da aeronave se levantou e a plataforma se encaixou no lugar. Instantaneamente, o ar quente da cabine foi sugado para fora e substituído pela atmosfera fria de uma altitude de mil e quinhentos metros.


Alexander correu para o fundo, onde pegou um cinto na caixa de armas para ele mesmo se firmar. Ele e o capitão olharam para a camada de nuvens pesadas abaixo.

 

“O que você acha, Capitão?” Alexander perguntou.

O Capitão Sanders deu de ombros e virou para encarar seus soldados. Deu um tapa na lateral do seu capacete, perto da orelha direita, para verificar seu comunicador. O barulho tornava impossível ouvi-lo sem os seus comunicadores. Ele então falou em seu microfone.

“Todo mundo que está me ouvindo, faça sinal de positivo.”

Todos exceto dois dos soldados deram o sinal.

Alexander foi até o primeiro soldado que não respondeu. “Paxton, seu idiota.” Ele ligou a chave do comunicador do soldado. “O capitão está falando com você.”

“Ai, merda” disse Paxton. “Agora estou online, senhor.” E fez sinal de positivo.

“Seu comunicador está ligado?” Alexander perguntou à outra soldado.

“Sim, Sargento,” a soldado Kady Sharakova respondeu, “mas não está funcionando.”

Alexander checou a chave do comunicador dela. “Certo, Sharakova, está quebrado. Apenas preste atenção e faça o que o cara na sua frente fizer.”

“Certo, Sargento. Vamos arrebentar a cara de quem hoje?”

“Todas as caras feias.”

“Legal.”

Cicatrizes no rosto de uma mulher geralmente a marcam por desdém ou desprezo. No entanto, Kady Sharakova exibia sua desfiguração mais como um emblema de honra do que como uma marca de humilhação.

O soldado na frente dela sorriu e fez uma dancinha com as mãos. “Faça tudo que eu fizer.”

“Ah, cresça, Kawalski.” Kady bateu no capacete dele com um estalo de seu dedo indicador.

Alexander correu de volta para a plataforma.

O capitão falou em seu microfone. “Nós temos uma camada de nuvens abaixo, de muro a muro. O piloto disse que está muito perto do chão para ele atravessar, então teremos que pular por ela.”

“Hooyah,” um dos homens disse no sistema de comunicação.

“Vocês tiveram quatro saltos para praticar, mas esta será a primeira vez que A Sétima Cavalaria salta de paraquedas em combate. Vamos fazer isso certo para que eu não tenha que requisitar sacos para os corpos.” Ele olhava de um rosto amargo para o próximo. “O Talibã conseguiu derrubar uma das nossas mais novas aeronaves drone, o Global Falcon. Nós vamos pegá-lo de volta e capturar as pessoas que descobriram como hackear os equipamentos do drone.”

Ele puxou um mapa dobrado do bolso da sua jaqueta camuflada. Alexander se inclinou para ver o capitão passar o dedo por uma linha vermelha tracejada.

“Parece que nós temos uma caminhada de uns dez quilômetros a partir da zona de pouso.” O capitão estendeu o mapa para Alexander, que olhava ao longo das duas linhas de soldados. “Nós vamos cair na borda do Deserto de Registan. Nosso destino é uma série de colinas baixas e rochosas ao norte. O dispositivo de localização do drone ainda está funcionando, então vamos nos concentrar nisto. Não há árvores, arbustos, ou coberturas de qualquer tipo. Assim que atingirem a areia, tenham suas armas preparadas. Podemos cair direto em uma luta. Eu vou sair primeiro, seguido pelo caixote de armas.” Ele deu um tapinha na enorme caixa de fibra de vidro à sua direita. “Então eu quero todos vocês indo tão rápido quanto estariam se estivessem na fila para devorar um—”

A aeronave sacudiu violentamente à direita e se inclinou em um mergulho. O capitão foi jogado contra a caixa de armas, caindo inconsciente. Ele deslizou pela plataforma e pelo ar enquanto sua corda estática se esticava.

“Nós fomos atingidos!” um dos soldados gritou.

O metal da estrutura gemia conforme o avião era torcido para a direita, e então pareceu se estabilizar por um momento.

Alexander deu um jeito de abrir caminho até a cabine do piloto. Quando ele puxou a maçaneta, a porta voou, atingindo seu capacete e quase arrancando seu braço. Ele se empurrou pela entrada, se inclinando contra o vento que uivava pela porta aberta.

"Puta merda!"

Ele piscou, desacreditado do que via: Toda a parte da frente do C-130 tinha ido embora, incluindo os assentos do piloto e do copiloto. O assento do navegador ainda estava no lugar, mas estava vazio. Quando ele olhou através do buraco onde deveria estar a frente do avião, ficou apavorado ao vê-la rodopiando em direção ao topo de uma montanha irregular, não mais do que três quilômetros à frente deles.

“Todos para fora!” gritou em seu microfone. O soldados o encararam, paralisados, como se não entendessem suas ordens. “Pela parte de trás, AGORA!”


Ele correu para a traseira do avião, decidindo que era melhor liderá-los do que empurrá-los para fora. Era como estar em cima de um daqueles pisos malucos em uma casa de ilusões do parque de diversões, onde o chão ondula para cima, para baixo, e para os lados. Era impossível manter o equilíbrio com a aeronave deformada balançando e estremecendo no ar.

Enquanto o avião rodava, a lataria se rasgava, rangendo pela cabine como uma criatura viva sendo dilacerada. Alexander foi jogado contra um dos homens. Mãos fortes agarraram seus ombros, impedindo que ele rolasse pelo convés.

Na parte de trás do avião, ele se ajoelhou para destravar um dos cintos na caixa de armas. Quando a trava se soltou, ele agarrou o segundo cinto, mas a fivela estava presa, sendo puxada pela tensão. Enquanto ele lutava com a trava, uma mão segurando uma faca passou pela sua cabeça e cortou o cinto. Ele olhou para cima e viu o rosto sorridente da soldado Autumn Eaglemoon.

Eaglemoon deu um tapa na lateral de seu capacete, em cima da orelha direita. Alexander checou a chave do seu comunicador; estava desligada.

“Droga,” sussurrou, “a porta deve ter atingido.” Ele a ligou novamente. “Alguém consegue me ouvir?”

Vários soldados responderam.

A aeronave sacudiu para a esquerda, arremessando a caixa de armas pela traseira. A corda estática se esticou, puxando as cordas de abertura dos dois paraquedas laranjas da caixa.

Alexander sinalizou aos seus soldados para o seguirem enquanto ele pulava, mas assim que deixou a aeronave ele percebeu que havia esquecido de conectar sua corda estática ao cabo aéreo. Ele se virou de costas para ver seus soldados o seguindo como uma família de pintinhos verde militar seguindo sua mãe. Seus paraquedas ondulavam conforme se abriam um após o outro.

Deus, espero que todos consigam.

A asa direita do C-130 se soltou e girou em direção a eles. Metade dela havia se perdido, inclusive o motor de popa. O motor que restou pegava fogo, deixando uma trilha espiral de fumaça cinza.


“Puta merda!” Alexander assistiu horrorizado a asa em chamas girando em direção às suas tropas. “Cuidado! A asa!”

Os soldados esticaram os pescoços, mas seus paraquedas sacudindo bloqueavam a visão do que estava acima. Como uma ceifadeira, a asa espiralou pelo ar, passando apenas três metros abaixo de um dos soldados.

“Joaquin!” o soldado gritou em seu comunicador. “Vire para a direita!”

O soldado Ronald Joaquin puxou sua linha de controle e foi se virando lentamente para a direita, mas não foi o suficiente. A ponta quebrada da asa pegou quatro das cordas do seu paraquedas e o desviou para o lado com um puxão violento. Seu paraquedas ruiu e ele foi arrastado pela asa, que ainda girava.

“Aperte a fivela para se soltar!” Alexander gritou em seu comunicador.

“Filho da mãe!” Joaquin gritou.

Ele batia na fivela do paraquedas enquanto era arrastado pela asa. Finalmente, ele agarrou a fivela e puxou para abrir e se livrar das cordas que o prendiam à asa. Ele caiu por dez segundos, então se virou para ter certeza de que estava livre da asa antes de acionar seu paraquedas reserva. Quando o paraquedas reserva se abriu, ele começou a respirar novamente.

“Ufa! Essa foi por pouco,” exclamou.

“Bom trabalho, Joaquin,” Alexander disse.

Ele observou a asa com o paraquedas sendo arrastado atrás dela enquanto caiam em direção às árvores lá embaixo. Ele então puxou a sua corda de abertura e escutou um woosh do pequeno paraquedas piloto que puxava o principal de sua mochila, e sentiu o solavanco do paraquedas principal se abrindo.

A asa deformada atingiu a copa das árvores na diagonal, cortando os galhos superiores e caindo no chão. Um fiapo de fumaça subiu e o tanque de combustível se rompeu, liberando uma nuvem de chamas e fumaça preta que ondulava acima das árvores.

Alexander observou o horizonte. “Que estranho,” ele disse enquanto rodava, tentando ver seus soldados e contar os paraquedas, mas não conseguia enxergar nada além do toldo do seu próprio paraquedas. “Quem está online?” gritou em seu microfone. “Respondam pelos números.”

“Lojab,” ouviu em seu comunicador.

“Kawalski,” Kawalski gritou. “Lá vai o avião, para o sudeste.”

O C-130 era seguido por uma trilha de fogo e fumaça como um meteoro enquanto se inclinava para as montanhas. Um segundo depois, explodiu em uma bola de fogo.

“Puta merda,” Alexander resmungou. “Ok, pelos números. Já contei Lojab e Kawalski.”

Ele contava os soldados conforme eles diziam seus nomes. Todos os soldados tinham um número designado; o Sargento Alexander era o número um, o cabo Lojab era o número dois, e assim por diante.

Mais alguns disseram seus nomes, e então restou o silêncio. “Dez?” chamou Alexander, “Droga!” Ele puxou sua linha de controle direita. “Sharakova!” gritou. “Ransom!” Sem resposta.

“Ei, Sargento,” Kawalski interferiu pelo comunicador.

“Sim?”

“O comunicador da Sharakova ainda não está funcionando, mas ela conseguiu pular. Está bem acima de você.”

“Ótimo. Obrigado, Kawalski. Alguém está vendo o Ransom?”

“Estou aqui, Sargento,” Ransom respondeu. “Acho que desmaiei por alguns minutos quando bati na lateral do avião, mas eu estou acordado agora.”

“Bom. Contando comigo, somos treze” continuou Alexander. “Todo mundo está online.”

“Eu vi três tripulantes do C-130 saírem do avião,” Kawalski disse. “Eles abriram os paraquedas bem embaixo de mim.”

“O que aconteceu com o capitão?” Lojab perguntou.

“Capitão Sanders,” Alexander chamou em seu microfone. Esperou um momento. “Capitão Sanders, está me ouvindo?”

Não houve resposta.

“Ei, Sargento,” alguém disse no comunicador. “Não íamos pular entre nuvens?”

Alexander olhou para baixo — a camada de nuvens não estava ali.

Era isso que estava estranho; nada de nuvens.

“E o deserto?” outro perguntou.

Abaixo deles não havia nada além de verde em todas as direções.

“Não se parece com nenhum deserto que eu já tenha visto.”

“Olhe só aquele rio ao nordeste.”

“Nossa, é enorme.”

“Para mim está parecendo mais a Índia ou o Paquistão.”

“Eu não sei o que aquele piloto andou fumando, mas certamente ele não nos levou para o Deserto de Registan.”

“Chega de conversinha,” interrompeu o sargento Alexander. Agora eles estavam abaixo de quatrocentos e cinquenta metros. “Alguém está vendo a caixa de armas?”

“Nada,” Ledbetter disse. “Não vejo em lugar nenhum.”

“Não,” Paxton disse. “Aqueles paraquedas laranjas deveriam se destacar que nem caras brancos no gueto, mas eu não estou vendo eles.”

Nenhum deles viu sinal algum da caixa de armas.

“Ok,” Alexander disse. “Mirem para aquela clareira, setenta graus ao sudoeste.”

“Certo, Sargento.”

“Estamos logo atrás de você.”

“Escutem, pessoal,” disse o Sargento Alexander. “Assim que chegarem ao chão, estourem os paraquedas e peguem seus cassetetes.”

“Uuuh, adoro quando ele fala safadezas.”

“Cala a boca, Kawalski,” ele disse. “Tenho certeza de que alguém nos viu, então estejam preparados para qualquer coisa.”

Todos os soldados planaram até a clareira e aterrissaram sem contratempos. Os três tripulantes que restaram da aeronave pousaram atrás deles.

“Esquadrão Um,” Alexander ordenou, “configurem um perímetro.”

“Entendido.”

 

“Archibald Ledbetter,” continuou , “você e Kawalski vão escalar aquele carvalho alto e montar um mirante, e também arrumem armas para os três tripulantes.”

“Certo, Sargento.” Ledbetter e Kawalski foram em direção aos tripulantes do C-130.

“Tudo quieto no lado leste,” Paxton disse.

“O mesmo aqui,” Joaquin completou do outro lado da clareira.

“Tudo bem,” disse Alexander. “Fiquem alertas. Quem quer que tenha nos derrubado certamente virá atrás de nós. Vamos sair dessa clareira. Estamos dando muita sopa aqui.”

“Ei, Sargento,” Kawalski sussurrou em seu microfone. “Tem duas pessoas indo na sua direção, e estão rápido.” Ele e Ledbetter estavam na metade do carvalho.

“Onde?”

“Atrás de você.”

O Sargento Alexander se virou. “É agora,” ele disse em seu microfone enquanto observava as duas pessoas. “Todo mundo fora de vista e preparem suas armas.”

“Eu não acho que eles estejam armados,” Kawalski sussurrou.

“Quieto.”

Alexander os ouviu vindo em sua direção de trás da moita. Ele se apertou contra um pinheiro e engatilhou sua Sig automática.

Um segundo depois, eles passaram correndo por ele. Eram um homem e uma mulher, desarmados, exceto por uma forquilha de madeira que a mulher carregava. Suas roupas eram apenas túnicas curtas e esfarrapadas, e eles estavam descalços.

“Não é o Talibã,” Paxton sussurrou pelo comunicador.

“Muito brancos.”

“Pra quê?”

“Muito brancos para serem paquistaneses ou indianos.”

“Eles continuam indo, Sargento,” Kawalski disse de sua posição na árvore. “Estão pulando troncos e pedras, correndo pra caramba.”

“Bem,” o Sargento disse, “eles definitivamente não estavam atrás de nós.”

“Eles nem sabem que estamos aqui.”

“Outro,” interrompeu Kawalski.

“O quê?”

“Tem outro vindo. Mesma direção. Parece uma criança.”

“Fiquem fora de vista,” o Sargento sussurrou.

A criança, um garoto de uns dez anos, passou correndo. Era muito branco e vestia o mesmo tipo de túnica curta que os outros. Ele, também, estava descalço.

“Tem mais,” disse Kawalski. “Parece uma família inteira. Estão se movendo mais devagar, trazendo algum tipo de animal.”

“Cabra,” completou Ledbetter de sua posição ao lado de Kawalski.

“Uma cabra?” Alexander perguntou.

“É.”

Alexander deu um passo e parou na frente da primeira pessoa do grupo — uma adolescente — e estendeu seu braço para pará-la. A jovem gritou e correu de volta pelo caminho de onde tinha vindo, e então desviou novamente, indo por outra direção. Uma mulher do grupo viu Alexander e também se virou para correr atrás da garota. Quando chegou o homem junto com sua cabra, Alexander apontou sua pistola Sig em seu peito.

“Podem parar por aí.”

O homem engoliu em seco, largou a corda, e saiu correndo o mais rápido que pôde. A cabra inflou o peito e tentou morder a manga de Alexander.

A última pessoa, uma garotinha, deu um olhar curioso a Alexander, pegou a corda pela ponta e levou a cabra embora, na direção que o pai dela havia ido.

“Esquisito,” Alexander sussurrou.

“Sim,” alguém disse no comunicador. “Muito esquisito.”

“Você viu o olhar deles?” Lojab perguntou.

“Sim,” a soldado Karina Ballentine respondeu. “Exceto pela garotinha, eles estavam apavorados.”

“Com a gente?”

“Não,” Alexander disse. “Eles estavam fugindo de outra coisa, e eu não pude pará-los. Eu poderia muito bem ser um índio da loja de charutos.”

“Uma imagem esculpida de vendedor de fumo nativo americano,” a soldado Lorelei Fusilier disse.

“O quê?”

“Não se pode mais dizer 'índio'.”

“Bem, merda. E que tal ‘idiota?’” Alexander disse. “Ofende alguma raça, credo, ou religião?”

“Credo e religião são a mesma coisa.”

“Não, não são,” Karina Ballentine disse. “Credo é um conjunto de crenças, e religião é a adoração de divindades.”

“Na verdade, preferimos ‘deficiente mental’ a ‘idiota.’”

“Você é deficiente de personalidade, Paxton.”

“Dá pra vocês calarem a boca!” Alexander gritou. “Eu me sinto igual a um maldito professor do jardim de infância.”

“Instrutor dos anos iniciais da infância.”

“Mentor de pessoinhas.”

“Jesus Cristo!” Alexander disse.

“Agora eu estou ofendido.”

“Tem mais vindo,” Kawalski interferiu. “Um monte, e é melhor ficar fora do caminho. Eles estão com pressa.”

Trinta pessoas passaram correndo por Alexander e os demais. Estavam todos vestidos da mesma forma; túnica simples e curta e sem sapatos. As vestimentas eram esfarrapadas e feitas de um tecido cinza e grosseiro. Algumas pessoas puxavam bois e cabras com eles. Alguns carregavam rudes ferramentas rurais, e uma mulher carregava uma panela de barro cheia de utensílios de cozinha feitos de madeira.

Alexander deu um passo a frente para agarrar um homem velho pelo braço. “Quem são vocês, e por que a pressa?”

O homem gritou e tentou empurrá-lo, mas Alexander segurou forte.

“Não fique com medo. Não vamos machucar vocês.”

Mas ele estava com medo; na verdade, ele estava aterrorizado. Ele continuou tentando olhar para trás, pelo ombro, tagarelando algumas palavras.

“Que diabos de língua é essa?” Alexander perguntou.

“Nada que eu já tenha ouvido,” Lojab disse, parado atrás de Alexander enquanto segurava seu rifle M16.

“Eu também,” Joaquin disse do outro lado de Alexander.

O homem olhava de um rosto para o outro. Estava obviamente assustado por conta destes estranhos, mas com muito mais medo de algo que estava atrás dele.

Muitos outros passaram correndo, e o homem sacudiu seu braço até ele se soltar e puxou seu boi com ele, tentando escapar.

“Você quer que eu faça ele parar, Sargento?” Lojab perguntou.

“Não, deixe ele sair daqui antes que tenha um ataque do coração.”

“As palavras dele definitivamente não eram língua pachto.”

“Nem árabe.”

“Ou urdu.”

“Urdu?”

“É o que os paquistaneses falam,” Sharakova respondeu. “E inglês. Se eles fossem paquistaneses, provavelmente teriam entendido seu inglês, sargento.”

“Sim.” Alexander observou as últimas pessoas desaparecerem na trilha. “Foi o que pensei. E eles eram muitos brancos para serem paquistaneses.”

“Oh-oh,” Kawalski exclamou.

“O que é agora?” Alexander perguntou.

“Elefantes.”

“Definitivamente estamos na Índia.”

“Eu duvido que a gente estivésse tão fora de curso,” Alexander disse.

“Bom,” Kawalski disse, “você pode perguntar para aquelas duas garotas onde estamos.”

“Que garotas?”

“Em cima dos elefantes.”