Meu Furacão É Você

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RELACIONAMENTOS

Tóquio, Japão, 9 de janeiro de 2017

— Você é tão bonita — sussurrou sua mãe para ela, enquanto terminava de pentear seu cabelo.

— Obrigada — exclamou Kira com um sorriso amplo nos lábios, o que fez o coração de Elizabeth pular de alegria. Ver essa expressão feliz no rosto da filha era o melhor remédio que ela tinha para curar a ansiedade e angústia que vinha sentindo nos últimos dois anos.

E tudo isso estava acontecendo graças a Adam Gramell. Com sua doçura e sensibilidade, esse menino foi capaz de encontrar o caminho para o coração de Kira, ajudando-a a esquecer Lucas Scott, aquele garoto de Princeton.

Elizabeth certamente não havia apreciado muito o fato de que ele era dois anos mais velho do que Kira, mas o sorriso da sua filha foi o suficiente para dissipar seus temores.

Além disso, Adam era o menino mais gentil e mais inofensivo do mundo e Kira não parecia se preocupar com todas as cartas de amor que ele recebia de suas colegas de classe.

— Eu confio nele, mãe! Conheço Adam muito bem, e tenho certeza de que ele nunca me enganaria! — Kira havia dito a ela duas semanas antes.

— Enganá-la? Oh, Kira, você já foi tão longe? Você me disse que vocês eram apenas amigos! Você ainda é tão jovem e… — Sua mãe ficou assustada.

— Fique calma, mãe! Então, eu tenho quinze quase dezesseis anos! Não sou mais uma criança e nós não fomos tão longe ainda, embora Adam tenha dezessete anos!

— Sério? Não foi? Você me diria, se fosse…

— Mãe, apenas confie em mim. Adam e eu somos apenas amigos, embora não possa negar que temos pensado em ser um casal.

— Por favor, Kira…

— Eu sei: devo ir com calma. Não devo me apressar. Como você sempre diz, faça amor e não sexo com um estranho. Blah, blah, blah… — Kira continuou dizendo como um robô pois havia memorizado o conselho da mãe. Elizabeth havia entrado em pânico cinco meses antes, quando Kira contou que sua colega de turma, Misaki, não era mais virgem.

— Isso é perfeito.

— Contudo, Adam sabe que ainda não estou pronta e está tudo bem para ele. Ele me disse que nossa amizade é a coisa mais importante.

— Espero que sim — suspirou sua mãe, rendendo-se.

Felizmente, a campainha tocou naquele momento, encerrando a conversa que sempre deixava Kira desconfortável, também por causa do seu sentimento de culpa por todas as mentiras que continuava contando sobre Adam e si mesma.

— Deve ser Adam! Você pode ir e abrir a porta? Ainda estou escolhendo que sapatos usar — pediu Kira, tentando arrumar as roupas que havia jogado na cama.

Ela viu sua mãe hesitar por um instante antes de ir embora.

— Estou muito feliz, sabe? — disse ela a Kira, depois saiu do quarto.

— Eu também, mãe. Mas, por favor, se apresse agora ou Adam vai acreditar que vou mantê-lo lá fora no frio. Você sabe que ele é friorento!

— Não acreditei que você pudesse começar a sorrir de novo, depois que deixamos Princeton e… Lucas — murmurou Elizabeth com cautela. Fazia meses que ela não falava sobre isso porque não queria fazer a filha chorar, mas sentia que algo estava mudando naquele momento.

Kira parou de repente quando ouviu o nome do seu amigo, então, sem tirar os olhos das roupas, conseguiu responder após um longo momento, sem se render à tristeza.

— Vou voltar para ele, mãe. Eu prometo.

Elizabeth começou a tremer por causa das palavras da filha e entendeu que estava errada: nada mudou.

***

Princeton, Kentucky, 15 de janeiro de 2017

Assim que a boca da garota roçou em seu lábio inferior, ele não conseguiu evitar gemer de dor.

— Você não poderia esperar mais um dia antes de permitir que Kurt cortasse seu lábio? — A garota loira disse com uma voz melodiosa, fazendo a língua deslizar pelo seu pescoço até o peito nu.

— Vamos, vista-se. Minha aula vai começar em vinte minutos. — Lucas ficou de repente nervoso, tentando se livrar dessa sanguessuga.

— Desde quando você se preocupa com a escola? — A garota riu divertida, colocando o sutiã com um gesto teatral, tentando atrair a atenção de Lucas para si, mas ele não respondeu e sem sequer lançar um olhar para ela, vestiu a calça e foi embora.

— Você vai me ligar amanhã? Vai ter uma festa… — Ela tentou mais uma vez.

— Não, estou ocupado — disse Lucas rapidamente com uma voz irritada, fazendo a garota ficar irritada.

— Você está me abandonando, seu canalha imundo?

— Pense como quiser. Estou indo.

— Isso é tudo? Acabamos de fazer amor e você está me deixando assim agora? — soluçou a jovem, à beira das lágrimas.

Lucas deu uma olhada rápida nela e sentiu vontade de quebrar alguma coisa ao ver suas lágrimas. Suas mãos ainda estavam doendo após a briga com Kurt, então ele esperava que pudesse acalmar seu temperamento feroz com a ajuda do corpo fabuloso de Jennifer, mas, como acontecera com ele quatro vezes antes, ele não sentia nada por ela, exceto um orgasmo avassalador.

Ele evitou lembrá-la de que o que haviam acabado de fazer era apenas sexo, já que ele não sabia nada sobre ela, apenas o tamanho do seu sutiã.

— Isso mesmo — respondeu ele e em seguida fechou a porta atrás de si e correu para a sala de aula, pronto para começar uma bagunça e irritar o professor Kleyton.

***

Tóquio, Japão, 23 de janeiro de 2017

— Você está pronta? — sussurrou Adam para ela, aproximando os lábios dos dela.

Kira engoliu em seco e assentiu levemente. Ela se sentia como se tivesse uma corda enrolada no pescoço e seu coração estava batendo rápido, enquanto continuava se perguntando se estava fazendo a coisa certa.

— Ouça, se você mudou de ideia sobre isso… — Adam ficou preocupado e se afastou dela.

— Claro que não! — disse Kira nervosa. Ela teve essa ideia porque queria ajudar seu amigo, então não poderia recuar agora. — Estou pronta.

Ela podia ver o rosto de Adam se aproximando do dela mais uma vez, até que sentiu seus lábios nos dela. Ela começou, perdida, abrindo os lábios um pouco e se aproximando dele, como Misaki havia lhe dito.

— O que você está fazendo? Isso é nojento! — exclamou Adam chocado, limpando a boca com a palma da mão.

— Obrigada — respondeu Kira com sarcasmo. — Estou tentando ajudá-lo e você me retribui desta maneira! Desculpe, mas nunca beijei um menino antes! Estava apenas seguindo o conselho de Misaki.

— Kira, por favor! O namorado de Misaki é Tsutomu. Ele é apenas um monte de testosterona e grosseria.

— Isso mesmo!

— Kira, você sabe o que estamos fazendo, não é?

— Claro que sei.

— Não seremos nunca namorados como eles.

— Eu sei. É por isso que pensei que, para tornar nossa história mais realista, deveríamos tentar nos beijar em público, pelo menos, assim não pareceríamos estranhos desse ponto de vista — lembrou Kira. Ela passou três semanas estudando todos os detalhes do plano absurdo deles, que finalmente ajudaria seu querido amigo a se livrar de todos os avanços das garotas que tentavam seduzi-lo (desde que Youra o deixou) e dos olhos perscrutadores e acusadores de seu pai, já que ele queria vê-lo como uma garota.

— Isso mesmo, mas, por favor, feche a boca! Não quero que sua língua fique presa na minha garganta — implorou Adam, sentindo-se um pouco enojado e em seguida tentou beijá-la mais uma vez.

Kira manteve os lábios fechados desta vez, mas eles eram macios e o beijo foi um sucesso, mesmo que a atmosfera mágica que ela havia imaginado tivesse desaparecido alguns momentos antes.

— Seus lábios são maravilhosos, Kira-chan. Mas infelizmente, você não é a pessoa certa para mim — suspirou Adam, comovido com os esforços da sua única amiga de verdade. — Lamento um pouco, porque graças à nossa história, nenhum outro menino será capaz de… prová-la.

De repente, as bochechas de Kira ficaram vermelhas, mas ela estava séria e pronta para continuar com o texto que planejara para aquele dia.

Ela sabia que se fingisse ter uma história de amor com o lindo e muito requisitado Adam Gramell, não teria outra chance de começar uma história de amor de verdade, mas não se importava, pois havia entendido que não teria tempo para isso, por causa dos estudos dele e do emprego de meio período que ela estava procurando. Ela não queria perder seu lugar como melhor aluna da sua turma, junto com a nota preta que estava guardando para sua viagem a Princeton.

PARTE DOIS
2018

VOLTANDO

Lucas

Princeton, Kentucky, 28 de setembro de 2018

— Mais uma façanha como essa e irei suspendê-lo do colégio, Lucas — gritou a diretora zangada. — Não me importa se o novo semestre acabou de começar. Não vou tolerar mais seus atos irrefletidos, está claro?

— Sim, está — respondi devagar, com um meio sorriso entediado, enquanto tentava conter minha raiva que queria explodir contra aqueles dois bastardos, Garcia e Setton.

 

Os nós dos meus dedos estavam arranhados por causa dos socos que dei naquela manhã, mas não foi o suficiente para impedi-los de choramingar e ir até a diretora.

Olhei ao redor e vi todos os alunos se distanciando de mim e daquela mulher, que era tão covarde quanto um invertebrado, mas que ao mesmo tempo conseguia aterrorizar aqueles idiotas tolos.

Eu me acostumara a despertar medo e repulsa: havia algumas pessoas que me consideravam apenas pelo que eu era, escória e mercadoria estragada. Para algumas outras, eu era apenas um criminoso sob fiança, mas era uma transa tão boa a ponto de impedir que metade das garotas que já tinham ido para a cama comigo, escondessem suas calcinhas lascivas.

Contudo, não aguentava mais toda aquela notoriedade e de repente comecei a procurar um cigarro. Precisava dar o fora daquele lugar infernal e dar algumas tragadas, se quisesse evitar atirar na minha cabeça antes do final da aula.

Procurei no bolso de trás da minha calça jeans. Estava vazio.

— Inferno, joguei o maço fora antes que a diretora chegasse!

Sentindo-me realmente irritado e ansioso por causa da maneira que o dia começou, corri até a porta. Se tivesse sorte, poderia chegar ao dormitório a tempo, pegar um maço de cigarros e voltar para a minha sala de aula antes que o sino tocasse.

Enquanto todas as pessoas ali ainda estavam olhando para mim, caminhei pelo corredor com meu olhar desafiador de sempre.

Eu estava indo para o saguão, quando uma visão me fascinou. Bem, tinha que ser uma visão. Certamente era.

Eu fiquei paralisado pelo que meus olhos ainda não conseguiam perceber, então parei, olhando diretamente para a minha frente até que os olhos dela cruzaram com os meus.

Fiquei impressionado como nunca antes, quando percebi sua surpresa e felicidade avassaladora, o que a fez deixar cair seu carrinho no chão.

Eu estava arrasado e quase apavorado com aquela visão, que estava fazendo meu cérebro enlouquecer, então eu a vi curvando aquela boca pequena em formato de coração que eu nunca havia esquecido. Justo quando pensei que estava me recuperando do choque, me vi mergulhando meu rosto em seu cabelo escuro e cheiroso enquanto ela se jogava em meus braços e me arrastava mais para perto dela.

Para o meio do redemoinho do furacão.

Fiquei sem fôlego assim que o cheiro suave da sua pele chegou às minhas narinas.

— Lucas — sussurrou ela com uma voz abatida, que penetrou minha mente e alma.

Pensei que fosse explodir. Eu tive que continuar me agarrando a minha racionalidade para evitar afundar na tempestade emocional que estava fazendo meu coração bater até explodir.

Fechei os olhos para limpar aquela ilusão diabólica, mas quando os abri novamente, eu a vi. Realmente. Pela primeira vez em muitos anos.

— Senti tanto a sua falta. — Foi tudo o que consegui ouvir, de repente sendo capturado pelos seus olhos verdes fixos nos meus com um tom de adoração e tristeza, enquanto podia sentir suas mãos macias e quentes deslizando ao longo do meu pescoço e parando no meu rosto tenso e incrédulo.

Seus dedos roçaram suavemente na minha sobrancelha esquerda, onde eu tinha uma cicatriz e ela semicerrou os olhos por um instante. Então, ela olhou para mim e sorriu, profundamente comovida.

— Kira… — Fui capaz de pronunciar apesar da minha garganta seca.

Assim que ouvi minhas próprias palavras, compreendi que estava perdido.

***

Kira

Não conseguia acreditar que tive tanta sorte.

Adam estava certo quando me levou ao santuário na véspera da minha partida e me obrigou a comprar um talismã de boa sorte.

Estava funcionando!

Só de pensar em todos os sacrifícios que fiz nos últimos dois anos, trabalhando em meio período como recepcionista para poupar o dinheiro, pagar minha viagem e financiar um detetive particular que procuraria por Lucas.

Em vez disso… O céu esteve do meu lado para variar, então, depois da separação judicial dos meus pais e da decisão da minha mãe de voltar para os Estados Unidos, eu imediatamente fiz minhas malas, embora ainda estivesse cursando meu último ano no ensino médio.

Contudo, eu nunca poderia ter sonhando em encontrar Lucas tão cedo e sem a ajuda do detetive que encontrei na internet!

Agradeci em silêncio a Adam mais uma vez pelo seu apoio e porque ele nunca me deixou perder todas as esperanças. Decidi gastar metade do meu dinheiro para comprar algumas roupas de grife para ele: essa era sua maior paixão. Aliás, eu conhecia seu gosto e o tamanho das suas roupas perfeitamente, já que tínhamos passado muito tempo juntos fazendo compras.

Sorri feliz pelo que meu destino tinha me dado: uma viagem perfeita, um clima quente de setembro, a licença da minha mãe para ficar em Princeton sozinha, mesmo se tivesse que morar no dormitório da escola, enquanto ela ficaria na casa de uma velha amiga em Davenport, esperando para conseguir seu emprego como assistente social de volta.

Mas o fato mais surpreendente foi Lucas, que parecia pronto para me receber no colégio da cidade, quando o vi caminhando na minha direção.

Oh meu Deus, eu estava com tantas saudades dele!

Tive que recorrer ao meu super autocontrole para evitar cair no choro, mas quando o vi olhando para mim com seus maravilhosos olhos castanhos arregalados, que eu poderia distinguir entre milhares, não fui capaz de me conter e corri para seus braços.

Felizmente, eu estava acostumada com a altura de Adam e fiquei na ponta dos pés por instinto, para jogar meus braços ao redor do seu pescoço.

Fazia um tempo que eu não jogava basquete, então não tinha ficado muito mais alta, enquanto Lucas tinha crescido muito.

Com meu corpo perto do dele, eu também senti seus músculos enrijecerem sob a camiseta leve.

Eles eram muito parecidos com aqueles que Adam continuava esculpindo na academia todos os dias e que me faziam sentir no sétimo céu. Adam estava certo: Lucas tinha crescido e eu tinha certeza que, sendo tão forte, ele certamente não permitiria que seu pai batesse nele mais com tanta facilidade.

Contudo, tive que conter a coceira que sentia em minhas mãos, prontas para levantar sua camiseta e verificar se ele tinha alguma marca de cinto na pele ou qualquer outra coisa.

Ao tocar sua pele e ouvir sua voz após tanto tempo, senti que a pedra que carreguei comigo durante tantos anos desmoronou. Lucas estava seguro. Ele estava comigo. Finalmente!

O único lado negativo, que estava me deixando chateada mais uma vez, era a cicatriz em sua sobrancelha esquerda. Embora estivesse ligeiramente coberta por um piercing, não pude deixar de notar, porque seu cabelo não tinha crescido ali novamente.

Peguei suas mãos nas minhas e as segurei com força, ainda hipnotizada por um encontro tão rápido e inesperado.

— Você não pode imaginar o quanto senti sua falta, Lucas. Estou tão… feliz — exclamei, tropeçando na última palavra, após roçar os dedos nas feridas profundas que ele tinha nos nós dos dedos.

Eu olhei para ele assustada, ao pensar no que ele devia ter feito para se proteger da violência do pai.

Eu o vi olhando diretamente em meus olhos por um instante, então, de repente, ele recuou assustado.

— Lucas, você está bem? — Eu tentei perguntar. Eu estava tão ansiosa que quase engasguei, mas ele não me respondeu.

Tentei me aproximar mais e colocar minha mão em seu braço, mas algo atrás de mim me empurrou com violência, me fazendo perder o equilíbrio.

Felizmente, Lucas estendeu o braço e me segurou, embora tivesse roçado em meu seio ao fazê-lo. Eu me virei, inquieta e surpresa por esse estranho ataque e antes que pudesse perceber que diabos estava acontecendo, me vi esmagada em quatro braços e envolvida por uma nuvem com cheiro de baunilha.

— Kira! Que surpresa! — Uma voz feminina muito aguda gritou e penetrou em meus ouvidos.

Assim que consegui me libertar daquele abraço de polvo, vi o rosto sorridente de Roxanne, coberto de sardas e piercings, diante de mim. Ao mesmo tempo, o cabelo ruivo cacheado de Jane apareceu atrás de mim.

Minhas duas queridas amigas!

— Jane! Roxanne! Estou tão feliz em encontrá-las novamente!

— Oh meu Deus, Kira, você não mudou nada! — disse Jane.

— Inferno, eu pensei que tinha crescido! Achei que vocês não me reconheceriam — ri.

— Você realmente cresceu, mas não está mais alta — disse Roxanne com uma risadinha, já que era quase dez centímetros mais alta do que nós. — E então, você acha que há tantas garotas meio japonesas em Princeton? Além disso, que gosta de Lucas Scott? Como você costumava gostar, não é?

— E você? Você não tinha cabelo loiro e liso? — perguntei a Jane, tentando esconder o rubor que estava fazendo minhas bochechas ficarem vermelhas.

— Brad prefere assim — respondeu ela, dando de ombros.

— Brad?

— Brad Cornick, meu namorado. Estamos juntos há alguns meses.

— Uau!

— E você, Kira? Você tem namorado? — Roxanne se intrometeu.

Como eu poderia explicar o relacionamento entre Adam e eu? Além disso, nem sabia o que significávamos um para o outro, pois eu tinha ido embora e não voltaria para Tóquio tão cedo.

— Não exatamente — respondi, achando graça das suas expressões escandalizadas.

— Você está falando de muito sexo e nenhum sentimento? — sugeriu Roxanne, lambendo os lábios.

É exatamente o oposto

— Não, estou falando que estou aqui agora e vou ficar aqui, enquanto ele mora no Japão.

— Longe dos olhos, longe do coração! — disse Jane com uma voz melodiosa. — Vamos nos divertir, você vai ver.

Não entendi o motivo pelo qual suas palavras soaram mais como uma ameaça do que um convite para mim.

Olhei ao redor e vi vários grupos de alunos olhando para mim perplexos.

— Sou tão assustadora? — murmurei, olhando para os rostos dos meus futuros colegas de escola.

— Você não, mas Lucas é — sussurrou Jane no meu ouvido. — Nenhuma garota jamais se atreve a se aproximar dele, como você fez um instante atrás.

— Por quê? — perguntei confusa.

— Pode ser porque Lucas é um grande canalha? — sugeriu Roxanne com raiva. Provavelmente havia algum atrito entre eles.

— Na verdade, ele é um idiota — concordou Jane.

— Pensei que você gostasse dele — lembrei.

— Claro, toda garota gosta do Lucas, mas… ir para a cama com ele uma vez é o suficiente para descobrir o que ele esconde por trás do seu corpo lindo — afirmou Jane, mantendo os olhos baixos.

— O que você quer dizer? — gaguejei destruída.

— Uma verdadeira trepada! Ele gosta de levar as garotas para a cama e depois partir seu coração, após conseguir seu orgasmo — explicou Roxy de maneira cáustica, me deixando chocada.

— Você está falando por experiência própria ou…? — perguntei logo depois, mas me arrependi imediatamente.

— Por experiência própria — disseram elas ao mesmo tempo.

Eu olhei para Lucas, mas ele não estava mais lá.

Que diabos aconteceu com meu doce e adorável amigo de infância?

***

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