Read the book: «Nosso querido Fofinho»

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Иллюстратор Маргарита Безручко

© Alex Kama, 2025

© Маргарита Безручко, иллюстрации, 2025

ISBN 978-5-0068-0875-1

Создано в интеллектуальной издательской системе Ridero

Nosso querido Fofinho

Livro um

Porquinho

Em algum lugar muito, mas muito distante, mas tão distante do nosso planeta Terra que nem sequer podemos vê-lo, nem mesmo com os mais potentes dos telescópios, fica o Mundo Verde.

Mas por que Verde? Porque é o Rei Verde que governa esse mundo e o povo desse mundo.

E então, um dia, no Mundo Verde, mais exatamente no planeta Oinc-Terra, numa casa grande onde nascem todos os bebês, nasceu um porquinho com cachinhos acima das orelhas e uma barriga bem redonda. Ao abrir os olhos pela primeira vez, ele olhou atentamente para a mamãe e… franziu a testa.

– Você é o bebê mais lindo do mundo! – disse ela, acariciando delicadamente sua barriguinha rosada. – E eu te amo! E sempre te amarei!

O porquinho franziu a testa ainda mais. E então sua barriga sob a palma da patinha da sua mamãe começou a emitir sons que nem o borbulhar de água em uma chaleira. E mais alto, mais alto. E mais alto! E então o porquinho começou a gritar e sua mamãe não conseguia fazê-lo parar.

Os médicos correram para ver o que estava acontecendo e, a princípio, também não entenderam por que o bebê estava gritando tanto. Até que ele, soluçando lamentavelmente, enfiou o dedo na boca.

– Talvez ele queira comer? – sugeriu uma das enfermeiras.

E na mosca: assim que a mamãe deu-lhe leite, ele se acalmou. Daquele momento em diante, se ele não dormisse, comia, conseguindo sorrir de orelha a orelha. A mamãe queria chamá-lo de Hugo, mas parecia que ele não gostava muito desse nome!

Mas quando ela disse: «Que Fofinho você é, meu barrigudinho», acariciando delicadamente a barriga do filhinho, ele deu um claro sinal de que esse nome lhe caía perfeitamente.

Então Hugo virou Fofo. Mas para os mais chegados, ele era apenas Fofinho.


…A família deles era grande e todo mundo se dava bem com todo mundo. O pai do Fofinho, Crefito, era engenheiro em uma empresa que fazia novos modelos de Porconave (que eram naves interplanetárias nas quais os habitantes do Mundo Verde podiam viajar para outros planetas e mundos), e a mamãe Porqueta cuidava da casa e das crianças.

O Fofinho tinha três irmãos mais velhos e três irmãs. Todos adoravam e mimavam o irmãozinho. Sabendo o quanto ele adorava comer, sempre dividiam a comida com ele.

Porém, ele, o menor da família, era mimado por todos, sem excessão.

O papai Crefito havia providenciado um quarto especial para as crianças, onde havia uma cozinha (para que as crianças pudessem fazer mais do que apenas construir castelos de areia), uma oficina para consertar carrinhos de brinquedo e havia até um macaco de verdade, uma sala de aula e também um consultório médico com uma maca de exames e um armário cheio de instrumentos médicos, de brinquedo, claro. Por isso, as crianças adoravam «brincar de médico». Mas o que acontece é que todos queriam sempre ser médicos, ninguém queria ser o paciente. Então, para evitar brigas, eles seguiam o conselho que o papai lhes havia dado, elas tiravam à sorte, elas tinham pequenos pedaços de papel nos quais desenhavam círculos (pacientes) e uma cruz vermelha (médico).

Enquanto Fofinho ainda era um bebê pequenininho e ainda não conseguia falar, ele ouvia seus irmãos e irmãs contando e sonhava com o dia em que poderia participar da brincadeira favorita deles. Como médico, obviamente.

Quando esse dia chegou, Fofinho já tinha completado dois anos. Ele não estava mais sentado na cadeirinha. O porquinho correu para tirar a sorte primeiro. E que decepção sentiu ao desdobrar seu pedaço de papel e ver não uma cruz, mas um círculo!

Seus olhos imediatamente se encheram de lágrimas e seu focinho começou a tremer. Ele parecia tão comovido que seus irmãos e irmãs, olhando uns para os outros, decidiram cancelar o sorteio desta vez.

– Fofinho! – Allianzinha, que já tinha seis anos, sentou-se em frente ao bebê e pegou suas mãos. – A gente quer que você seja o médico dessa vez!

Mas, para sua surpresa, o focinho de Fofinho começou a tremer ainda mais! Allianzinha imediatamente abraçou o irmão, acariciando suas costas e dizendo:

– Ah, mas que é isso, não! Não chore! Você vai ser um médico maravilhoso!

– Não chora, Fofinho! – seus outros irmãos e irmãs competiam entre si para ver quem o mimava mais.

E o próprio porquinho não entendia como explicar a eles por que queria chorar ainda mais naquele momento. Era um choro de alegria, de felicidade, pois tinha certeza de que seus irmãos e irmãs eram os melhores irmãos do mundo!

Um dia, todos estavam brincando no quarto das crianças, como de costume. Fofinho chegou mais tarde. Ele não disse onde tinha estado, mas disse que desta vez queria ser o paciente.

Allianzinha, com uma roupa de médico, o colocou no sofá e começou a examiná-lo. Ela examinou seus braços, olhos, focinho e franja. Enquanto isso, ela fez cócegas na sua barriga e nos calcanhares, fazendo Fofinho grunhir alegremente. Então, pegou um laringoscópio de brinquedo (um dispositivo para examinar a garganta) e pediu que Fofinho abrisse a boca.

Ele realmente não gostou do dispositivo em forma de martelo. Então, cerrou os dentes e, «gemendo» meio que com raiva, balançou a cabeça.

– Então, vamos lá, abre a boca, Fofinho! Allianzinha pediu novamente.

Fofinho balançou a cabeça novamente, desta vez até mordendo os lábios.

– Por favor! Fofinho «grunhiu» novamente e apertou os lábios ainda mais.

– Vou só dar só uma olhadinha! insistiu Allianzinha.

– Não tem nada aí! exclamou Fofinho. – Não tem nada pra olhar!

– Tá bom, – suspirou Allianzinha. – Então me diga do que você está reclamando, paciente. – Fofinho pensou por um momento, coçou o focinho, se remexeu no sofá e então disse:

– Da vovó!

– Da vovó? – Allianzinha ficou surpresa. – Mas ela é tão boazinha!

– Não é não! – Fofinho fez beicinho. – Ela acaba de me dar três batatas! Disse que o resto da panela era para o jantar!

– Ah! Então você tá com fome? – a irmãzinha se preocupou.

– Agora já não tou! – Fofinho sorriu. – Mas só porque a tia Divinha me deu um bagel!

– Você comeu o bagel inteiro sozinho? – Allianzinha ergueu as sobrancelhas, preocupada. – Sua barriga vai ficar dodói, Fofinho!

– Bem… – Fofinho ficou repentinamente chateado por não ter guardado pelo menos um pedaço para Allianzinha. – Na verdade, eu dividi entre três…

Hábito de compartilhar

A tia Divinha, da qual o Fofinho falou, morava na casa vizinha. Seus filhos cresceram e foram estudar fora, e ela e o marido ficaram um pouco tristes. Mas ela era amiga da mamãe do Fofinho e os visitava com frequência. Ela o amava muito e sempre tentava agradá-lo – com um brinquedo novo ou algo gostoso.

Quando a avó não dava todas as batatas que Fofinho queria, ele, como sempre nessas ocasiões, fazia beicinho e balançava o focinho, ressentido. A tia Divinha imediatamente sugeria que ele desse uma volta na nova confeitaria e comprasse qualquer guloseima que quisesse. O porquinho, como por mágica, parava de chorar.

Já na loja, o cheiro de doces e iguarias o fez virar a cabeça de tal forma que ele congelou, abriu a boca e começou a mexer o focinho de um lado para o outro.

– Então, o que eu compro para você, meu amor? – perguntou tia Divinha, carinhosamente.

Naquele exato momento, um bagel recém-assado havia sido colocado na área de vendas – enorme, coberto com mel e polvilhado com nozes. Fofinho ergueu a mão gorducha, moveu-a para a esquerda e para a direita e apontou diretamente para o bagel.

– Oh! – o padeiro ficou sem graça.

E, acenando para a senhora idosa que o esperava à mesa, disse:

– Meu querido, infelizmente, este não posso te dar! É um pedido especial para a Sra. Reyna. Ela está esperando tem mais de uma hora.

Mas o padeiro não tinha pressa em entregar o bagel à senhora, como se estivesse esperando alguma coisa.

– Desculpe – disse tia Divinha. – Fofinho! Escolhe outra coisa!

– Não quero mais nada! – choramingou Fofinho cheio de manha, e seu focinho tremeu.

A senhora observava a cena atentamente, mas não disse nada e não tinha pressa em pegar o bagel.

E o padeiro ficou com ele no centro da sala.

– Fofinho! – Tia Divinha agachou-se em frente ao porquinho. – Posso falar com você de adulto pra adulto?

Naquele momento, Fofinho só queria gritar «Eu quero um bagel!» e bater os pés, mas ele amava tanto a tia Divinha…

Então, ele apenas assentiu, lambendo o focinho.

– Eu entendo que você queira um bagel. Ele tá com uma cara muito boa. Mas não é o nosso. E não devemos exigir nada! Isso não é bonito. Podemos pedir outro bagel e esperar que fique pronto. Ou podemos comprar outra coisa, algo que também seja delicioso. O que você diz?»

– Mas eu quero um bagel! – Fofinho fez beicinho.

– Eu entendo, – tia Divinha pegou a mão de Fofinho. – Mas aquela senhora maravilhosa ali também quer. Foi ela quem pediu primeiro! Se pegamos este, vamos ofendê-la. E você quer ofendê-la? Tem certeza de que o bagel ainda estará delicioso depois disso? Fofinho olhou para a senhora. Ela ainda os observava atenta e silenciosamente, mas seu olhar era muito, muito gentil e parecia esperar algo.

O porquinho entendeu que a tia Divinha estava certa: o bagel de outra pessoa, especialmente um bagel tomado de uma senhora tão boa, com certeza perderia seu saboroso gosto…

– Não, – disse ele baixinho. – Não quero ofendê-la.

– Ok, – tia Divinha assentiu, beijando Fofinho no focinho. – Estou orgulhosa de você. Vamos escolher outra coisa. Fofinho sorveu o focinho novamente, suspirou e sussurrou:

– Vamos.

– Espere um minuto!, disse a doce velhinha.

Ela se levantou da mesa e foi até Fofinho e tia Divinha.

– Eu também estou orgulhosa de você, criança! – ela sorriu, acariciando a franja cacheada de Fofinho. – O bagel é seu, pode pegar, – e se virou para o padeiro. – E eu queria muito um biscoito de aveia.

Fofinho não esperava por isso, mas estava pronto para devorar o bagel: o padeiro não ficou nem um pouco surpreso!

– Obrigada! – disse tia Divinha.



– Por que ela fez isso? – perguntou Fofinho, quando a senhora pegou os biscoitos e saiu da padaria.

– Certamente porque ela queria biscoitos! – respondeu o padeiro em vez da tia Divinha, rindo e piscando gentilmente.

– Porque também isso é um ato de gentileza! – respondeu tia Divinha.

Fofinho não entendeu bem o que isso significava, mas decidiu que definitivamente perguntaria ao seu pai. Afinal, o seu pai sabe e pode explicar quase tudo!

Depois de receber a guloseima, o porquinho, sorrindo, saiu com a tia e deu a primeira mordida. Então, pensou um pouco e partiu alguns pedacinhos do bagel, que colocou cuidadosamente na sacola da tia Divinha, dizendo:

– Estes são pra mamãe e pro papai.

Ela sorriu:

– Ótimo!

Fofinho mordeu o bagel, fechando os olhos de prazer. Então, estalou os lábios ruidosamente, mastigando a parte mordida. Ele queria muito que o bagel nunca acabasse, mas a iguaria, apesar do tamanho, derreteu diante de seus olhos. E quando não havia mais nada nas mãos de Fofinho, ele enfiou a mão no saco, tirou um dos pedaços restantes e imediatamente o enfiou na boca.

Divinha ergueu as sobrancelhas:

– Fofinho?!

O garoto ficou chateado por um segundo, franziu a testa e então sorriu docemente:

– Esse era do papai! E a mamãe vai dividir o dela com ele!

Oito bananas especiais

Fofinho não conseguia ficar bravo por muito tempo com a avó, que não o deixava comer todas as batatas da panela.

Principalmente se ela cozinhasse algo gostoso mais tarde ou concordasse em levá-lo à loja ou ao mercado.

Fofinho adorava passear pelo mercado, olhando as montanhas de vegetais, frutas, queijos, doces… E contar!

Sua avó o ensinou a se lembrar facilmente dos números. Com rimas e canções. Ela tinha uma para cada ocasião.

Então, um belo dia, Fofinho foi ao mercado com a avó e, sem muita dificuldade, conseguiu contar até oito, é claro, contando tudo o que ele mais gostava de comer:

Tomates – é um!

Dois – abacaxi, claro!

Três – me dê uma romã!

E quatro – uvas!

Cinco – vou comer rabanetes com creme azedo!

Seis – me tragam bananas!

Sete – tragam uma cesta de peras!

Oito – e geleia de framboesa!

Ele contou a sequência sem parar por um bom tempo, pensando no que perguntar à avó no mercado. Mas não conseguia decidir.

Na barraca de bananas, a avó perguntou a Fofinho:

– Quantas bananas você precisa para ficar feliz?

– Preciso de oito bananas! – respondeu o porquinho sem hesitar.

A avó claramente não esperava uma resposta assim e esclareceu:

– Eu até entendo que bananas são gostosas. Mas por que você precisa de mais oito bananas?

– Bem, como assim? Eu deveria passar fome enquanto você abre as caixas?

A avó riu, mas a partir daí começou a trazer oito bananas para Fofinho toda vez que ia ao mercado.


Corrida pela torta

O pequeno Fofinho ia ao mercado não só com a avó, mas também com a mamãe, o pai e a tia Divinha. Um dia, ele e a mamãe foram comprar batatas frescas. E lá, Fofinho viu tantas coisas deliciosas que seus olhos se arregalaram.

Aqui tem uma loja com melancias suculentas. E aqui tem uma confeitaria. Ali vendem biscoitos e donuts. E ali tem panquecas com chocolate… E também uma sorveteria… Fofinho queria experimentar de tudo!

Mas sua mamãe o segurou firme pela mão e só o deixou ir na quitanda.

Lá, ele se cansou de ouvir a mamãe discutindo as vantagens e desvantagens das diferentes variedades de batatas com o vendedor.

Primeiro, ele tinha certeza: não existem batatas ruins.

Segundo, o que há para discutir? Batatas precisam ser comidas!

E então ele ouviu uma voz alegre vinda de algum lugar na rua:

– Hora de comer! Hora de comer!

O quê? Hora de comer? Alguém está gritando hora de comer?

A sua mamãe ainda conversava animadamente com a vendedora e não tinha os olhos no Fofinho.

«Já volto! Só vou dar uma olhada! Ela nem vai notar!», – pensou o porquinho e, recuando, saiu pela porta aberta da loja.

«Hora de comer» ficou um pouco mais alto.

Fofinho correu o mais rápido que pôde em direção àquela voz maravilhosa e gentil que lhe parecia familiar – e de repente esbarrou em um porquinho com laços que pulou de um canto.

Os dois caíram e começaram a boas gargalhadas. Mas a menina logo ficou séria:

– Você vai na casa da Reyna? Vamos correr mais rápido, senão ela vai dar todas as tortas pros outros!

«Reyna?»

Fofinho se lembrou da simpática senhora da padaria que lhe dera o bagel, e seu peito se aqueceu com a lembrança.



Eles saíram correndo juntos.

– Como você se chama? – perguntou Fofinho enquanto corria.

– Mancha – respondeu a porquinha. – E você? – ela correu ainda mais rápido, provocando-os com um «hora de comer».

– Fofo. Mas pode me chamar de Fofinho – insistiu o porquinho.

Encontraram Reyna em um parque infantil. Para a alegria de Fofinho, ela era a mesma porquinha de pelo encaracolado da confeitaria. Ela distribuía tortinhas de uma cesta grande para as crianças que se aglomeravam ao seu redor, dizendo em voz alta seu «hora de comer».

– Eu me lembro de vocês – sorriram Fofinho e Reyna, entregando uma tortinha para ele e para Mancha.

Um minuto depois, elas as devoravam, balançando as perninhas no balanço, e Mancha contava que Reyna ia ao parquinho uma vez por semana e trazia tortinhas doces para as crianças. Todos as crianças da região aguardavam ansiosamente por este acontecimento. E assim que ouviram «hora de comer», corriam para o parque em direção à voz.

«Quantas tortas eles comeram sem mim?!» – pensou Fofinho, tristemente.

– De onde você é? – Reyna, enquanto isso, aproximava-se do balanço com uma cesta vazia.

Então Fofinho se deu conta de que não sabia onde morava. Afinal ele nunca saía de casa sem um adulto e não sabia o caminho de casa! Estava tão confuso que até parou de mastigar por um segundo.

– Mamãe! – soluçou Fofinho. – Não sei como encontrar a minha mamãe!

Ele soluçou novamente, mas ainda deu outra mordida. – Eu não ia desperdiçar a torta! Que maravilhosa!

– Eu o encontrei no Cantinho Rosa – disse Mancha.

– Ótimo – assentiu Reyna com um sorriso gentil. – Ele deve ter fugido do mercado. Onde você viu a sua mãe pela última vez? – ela se virou para o Fofo.

– Na loja de batatas… Mas eles também vendem donuts aqui perto! Panquecas! Sorvete!

– E você fugiu deste lugar maravilhoso? Devia ter pedido permissão à sua mamãe! – ela chegou a repreender Reyna gentilmente. – Ok, acho que sei onde fica. Encontraremos sua mamãe.

Mas não havia necessidade de procurar a mamãe dela.

– Fofinho! – Ela parou na entrada do parque com as bochechas vermelhas e balançou a cabeça tristemente.

«Teria sido melhor se ela tivesse me repreendido», pensou Fofinho, terminando sua torta e pensando que poderia ficar ali comendo mais um um pedaço. Ou dois. E que deveria descer do balanço e ir rapidamente para a casa…

Acontece que o vendedor de batatas adivinhou imediatamente para onde Fofinho tinha fugido: quando seu filho era pequeno, ele sempre fugia na «hora de comer». Absolutamente todos na área do mercado conheciam o gentil Reyna.

Pégaso Lilás

Além de comer comidas deliciosas, o pequeno Fofinho adorava brincar no principal parque infantil de Oinc-Terra, que ficava literalmente na esquina da casa deles.

Piscinas secas com bolinhas macias voando das paredes a cada dois minutos, todos os tipos de balanços, uma galeria de tiro ao alvo com prêmios deliciosos e maravilhosos, labirintos com surpresas, passeios em «panquecas» de alta velocidade, batalhas com brinquedos de pelúcia, voos sobre trampolins em guarda-chuvas elétricos – ele gostava de tudo!

Mas, para a surpresa de todos, a atração favorita de Fofinho no parque eram os «pôneis» – um carrossel antigo comum a que ninguém dava muita atenção. Ele nem tinha nome, então todos simplesmente o chamavam de «pôneis».

Cavalinhos de plástico multicoloridos, acelerando gradualmente, girando em círculo, arranhando o focinho, e a tarefa dos pequenos cavaleiros era segurar em alças especiais para não serem jogados para longe. O pequeno Fofinho tinha até um favorito: um cavalo lilás. Na primeira vez, ele o chamou de Pégaso, e a partir desse dia passou a sentar-se sempre nesse cavalinho. Se o parque estivesse ocupado por outra criança, ele esperava pacientemente, encarando o rival até que libertasse Pégaso ou o subornasse, oferecendo doces para «mudar de cavalo».

A mamãe disse a Fofinho que os «cavalos» foram os primeiros brinquedos instalados naquele parque. O bisavô, o avô e o pai de Fofinho o adoravam. Mas, de todos eles, apenas Fofinho não conseguia ficar à vontade para andar nos «cavalos». A mamãe sempre comprava para ele apenas um ingresso, para um brinquedo, e o porquinho deixa o Pégaso com a persistente sensação de que «não havia brincado o suficiente».

Um dia, o avô de Fofinho lhe deu cinco porcomedas de aniversário:

– Você já é grande! Compre o que quiser!

– «Cavalos»!

– Ok, que sejam «pôneis», – sorriu o avô. – Vá e brinque com seus amigos.

Fofinho ficou confuso por um segundo. Com amigos? Bem, sim… Só… Cinco porcomedas. São dez passeios de vinte minutos no Pégaso! Ele finalmente vai se fartar de cavalgar! Se for ao parque sem os amigos… Mas é claro que ele não contou isso ao avô, à mamãe ou ao pai.

No parque, Fofinho mostrou orgulhosamente seus cinco porcomedas ao caixa:

– Dez ingressos para os «pôneis», por favor.

O caixa, um porco velho e gordo, entregou os ingressos e perguntou:

– Seus amigos vêm mais tarde?

Fofinho deu uma risadinha:

– Não! É tudo por minha conta!

O caixa franziu a testa:

– Tem certeza, garoto? Você vai ficar tonto!

«Ele tá é com inveja!», pensou Fofinho, pegando a fita de ingressos que lhe foi entregue e correndo pelo parque em direção ao carrossel. Lá, ele mostrou os ingressos ao fiscal – dez deles —, montou no seu amado Pégaso e, agarrando-se às alças em seu pescoço, partiu…

Ele começou a escorregar de Pégaso no final do terceiro passeio, mas quando o fiscal veio ajudá-lo, ele soluçou, agarrando-se com mais força às alças do cavalo e declarou:

– Eu não vou embora! Ainda não me cansei!

Não está claro como teria terminado se o caixa do parque não conhecesse o porquinho e sua família. Ele imediatamente contou aos pais de Fofinho sobre seus dez ingressos. A mamãe e o avô correram imediatamente para o parque – e chegaram bem a tempo: era hora de tirar Fofinho dali, que estava verde de tontura, do carrossel.

O avô o carregou para casa nos braços, acariciando-lhe gentilmente as costas. Ele não repreendeu o menino. Mas Fofinho entendeu muito bem que o avô estava chateado e se sentia culpado: afinal, fora ele quem lhe dera cinco porcomoedas!

– Vovô, me perdoa! – sussurrou Fofinho, soluçando. – Da próxima vez que você me der cinco porcomedas, com certeza vou chamar meus amigos!


Age restriction:
12+
Release date on Litres:
24 September 2025
Volume:
174 p. 25 illustrations
ISBN:
9785006808751
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